*IMPERADOR D. PEDRO I – ASCENSÃO MAÇÔNICA NO RITO FRANCÊS OU MODERNO*

Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Gabriel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon foi proposto e iniciado maçom, no Grande Oriente do Brasil em dois de agosto de 1822, adotando o nome histórico de Guatimozin em homenagem ao último imperador Asteca. No dia cinco de agosto foi exaltado ao Grau de Mestre Maçom e empossado como Grão-Mestre. Nesta mesma reunião, foi revestido com o Grau 7 do Rito Moderno – Cavaleiro Rosa-Cruz.

Conforme estudo de Raniel da Conceição Fernandes (Revista Ciência e Maçonaria, Vol. 4, n.1, p. 19-24, jan/jun, 2017), o avental que se encontra no Museu Histórico Nacional, considerado ser de uso do irmão Pedro contém as características simbólicas usuais no grau de Cavaleiro Rosa-Cruz, Grau 7 do Rito Francês ou Moderno.

Manufaturado em seda e veludo apresenta, bordado na abeta, um delta luminoso; abaixo, ostenta um pelicano alimentando seus filhotes encimado por uma cruz com a rosa mística ao centro, ladeado por símbolos e palavras do grau similares às informações disponíveis nos – “Reguladores do Rito Francez Gráos Mysteriosos” – exemplar do Mestre Architecto (p.35) datado de 1834.

Este avental dispõe de um triangulo na abeta, com quadrados e círculos com a letra J, e no meio do avental, tem bordada a joia do grau. Esta, também é descrita no mesmo ritual (p.33)… “formada por um compasso tendo ao centro huma cruz radiosa, com o pé n’hum quarto de circulo, e o topo tocando a cabeça do compasso; de hum lado está apoiada nas pontas do compasso, huma águia com as azas abertas e a cabeça baixa; do outro hum pelicano, rasgando o seio para alimetar os filhos, que por baixo se divisão em hum ninho. Entre a águia, e o pelicano eleva-se hum ramo de acácia; sobre a cabeça do compasso, que forma huma rosa, há huma corôa antiga; sobre o quarto de circulo há, de hum lado, a palavra, e do outro a palavra de passe em letras hieroglyphicas.

Temos ainda que, no arquivo histórico do Museu Imperial é possível encontrar uma carta direcionada a Gonçalves Ledo, a qual foi assinada com as iniciais – I∴P∴M∴R∴+,que, segundo Castellani (2009, p. 56) significa: Irmão Pedro, Maçom Rosa-Cruz, o que, assim, corrobora a afirmação de que D. Pedro I atingiu o grau máximo do Rito Moderno à época.

Ir∴ Cléber Tomás Vianna, Acadêmico da AMALBA, cadeira 15

Publicado no Boletim Academus, de Junho de 2020, disponível em https://bancadosbodes.com.br/academus-junho-2020/

Deixe um comentário